segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Fingia não sentir, mas doía

Ela parecia ver anjos todas as noites. Pensava calmamente em momentos, em pessoas impossíveis de ter. Não passava de uma pequena sonhadora deitada na cama, agarrada ao cobertor, que derramava lágrimas enquanto a chuva caia sobre o outro lado da janela. Fingia que poderia esquecer de coisas que aconteceram a muito tempo atrás… e que lhe perseguem até hoje. Mas ela fingia que estava bem. Era só mais uma noite, nada que pudesse resistir.

Ela era tão fria. Tão fechada sobre seus próprios sentimentos. Ela era tão… fugitiva. Ela fugia por medo, por precaução. Ela fugia até dos seus próprios desejos. Ela fugia do seu mundo. Ela não queria ser vista por mais ninguém. — como se tivesse coisa para se ver  porque ela era tão invisível, transparente. 
Ela fingia beber coragem. Fingia esquecer passados. Fingia não querer tanto achar uma saída para qualquer outro lugar. Mas ela era tão boa nisso. Ela fingia sorrisos, fingia lágrimas, fingia emoções, mas seu pior erro era fingir sentimentos. Não havia ninguém ali. Não havia ninguém por perto, para abraçá-la, para esquentá-la, para ouvir os soluços do teu choro. Não havia ninguém para ver o travesseiro sendo molhado pelas lágrimas que escorriam do seu olho, ninguém para dizer que isso tudo iria passar.
E por mais que tentasse negar… doía muito.

sábado, 15 de outubro de 2011

Aprendi a adormecer os meus sentimentos

Chega aos poucos, vem tomando seu coração, machucando a alma. É difícil, é implacável, independentemente do que aconteça, nada fará com que tudo em mim melhore, não se define em raiva, nem revolta, é algo à mais, as pessoas me modificaram, não, a verdade é que foram as ações de cada uma, as palavras da boca de cada uma que transbordava, só mentiras… mas eu aprendi, aprendi a ser forte, a não ligar se não dão a mínima para mim, se gostam de mim ou não, se minha roupa fora da moda agrada, se meu corte de cabelo vai arrancar algum elogio, que se foda. Aprendi a sofrer por tempo limitado, e a cada dia que passa, sofro bem menos do que antes, aprendi a adormecer meus sentimentos. Perdi tantas pessoas em minha vida, perdi todas que me fizeram sofrer, foi opção minha, comecei a extrair só as coisas boas, o que me faz mal, eu jogo para uma diversidade que não existe em minha vida, não quero que pense que sou egoísta, não mesmo, se eu não pensar em mim, quem  irá pensar?… Quero o melhor para mim, se eu não estiver bem comigo mesmo, será impossível deixar as pessoas em minha volta, bem também.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O nosso amor

A distância é o que mais tem corroído-me no momento. Ela parece não ter fim, assim como meu amor. Os quilômetros que nos distanciam, não diminuem meu sentimento, é, aquele enorme sentimento que comigo levarei até o fim, pois acredito que ele seja forte o bastante para superar alguns dias mais sem você, sem ter-te junto à mim, conectados entre si. O tempo, ah, o doce e demorado tempo. Acredito que ele só queira nos testar, nos propor a ultrapassar nossos limites, por isso ele custa tanto a passar. Ele quer aguçar-nos de vontade, talvez ansiedade de encontrar-me à ti, em ti. E talvez ele saiba como fazer durar, como fazer prosperar o que de mais belo sinto, sentimos: o amor, aquele nosso amor.