Ela era tão fria. Tão fechada sobre seus próprios sentimentos. Ela era tão… fugitiva. Ela fugia por medo, por precaução. Ela fugia até dos seus próprios desejos. Ela fugia do seu mundo. Ela não queria ser vista por mais ninguém. — como se tivesse coisa para se ver — porque ela era tão invisível, transparente.
Ela fingia beber coragem. Fingia esquecer passados. Fingia não querer tanto achar uma saída para qualquer outro lugar. Mas
ela era tão boa nisso. Ela fingia sorrisos, fingia lágrimas, fingia
emoções, mas seu pior erro era fingir sentimentos. Não havia ninguém
ali. Não havia ninguém por perto, para abraçá-la, para esquentá-la, para
ouvir os soluços do teu choro. Não havia ninguém para ver o travesseiro
sendo molhado pelas lágrimas que escorriam do seu olho, ninguém para
dizer que isso tudo iria passar.
E por mais que tentasse negar… doía muito.